Laços, paus e nós.
Foi o relacionamento mais intenso
que já tive na vida. Foi como um turbilhão; foi fácil e foi rápido. Foi belo,
foi quente, cheiro de flor e maresia. Teve afagos, teve abraços- duas pessoas
abraçadas por horas dormindo, tapa na bunda, pau roçando, mãos na cintura. Pau
pra fora, boca no pau, bunda pra cima, tapa na bunda, pau na buceta, buceta no
pau com o pescoço mordido. Peitos mordidos, a cara no peito, a cara na bunda.
Teve imaginação e pretensão.
Mas o laço se estreitou e a corda se esticou.
O nó tava muito justo, muito certo, muito
perfeito. Pra um certeza, pro outro
aperto.
Pra um muito óbvio e pro outro direito. Incerteza do gostar da constância ou da
surpresa. Um pouco dos dois numa balança antagônica.
E com a corda esticando ainda
mais, um laço ficou com medo da dependência do outro laço da corda. (Era um
laço que não sabia reagir a um embaraço, a um nó). E se afastava. E se afastou.
E o outro laço? Ah, esse ficou. Ficou ali
vendo a corda romper. Nunca quis ser dependente,
só estava atrás do outro nó para formar um elo maior.
Mas não importa.
Elos maiores não necessariamente
precisam de laços juntos, de nós apertados e sufocantes.
Não precisam de nós juntos.
Elos podem existir com laços
separados.
O que existir entre os laços é que
vai fazer o elo.